Lá, tão pequena e envelhecida, esquecida, naquele canto frio e escuro.
Lá, pensando no que fazer com própria vida, agora que fora abandonada por todos, de vez.
Antes, ainda restava alguma esperança de poder fazer algo útil de sua vida. Pensava que ainda haveria algo a ser feito, alguma maneira de ajudar, alguma maneira de ainda ser útil aos outros.
Mas, neste momento, só lhe resta a solidão.
A solidão e a terrível idéia de que nunca mais alguém se lembre dela, que nunca mais alguém a veja, e pior: que sua existência seja esquecida, que se perca para sempre no escuro baú do tempo. Como se fosse apenas mais uma a passar por ali, e só.
Talvez permaneça mumificada ali.
Talvez dali a alguns anos alguém apareça para regatá-la...
Não, esta possibilidade parece já não existir mais.
Então ela espera, pensando em quanto tempo pode durar a eternidade... Ou, em quanto tempo pode durar uma casa...
Lá, pequena e indefesa.
A solitária e esquecida...
tesoura laranja.
Londrina, 06/08/07.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Um começo?
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